#8M é por todas, todos e todes nós

Trazemos abaixo o texto da comunidade Tamera, uma comunidade intencional em Portugal cujo princípio norteador de pensamento é que “enquanto não houver paz entre homens e mulheres, não haverá paz no mundo”.

Nós, mulheres, queremos que a violência desapareça da face da terra. Queremos que a paz adentre as relações entre os povos, na natureza e no amor. Tudo o que é jovem deve ter a chance de crescer e florescer livremente. Essa é a nossa vontade política. Nós nos preocupamos com tudo o que vive. Tudo com pele e pelo nós cuidamos e protegemos como uma mãe.

E ainda assim, a Terra está em turbulência! Violência contra a terra, contra os animais e contra os seres humanos; violência contra as mulheres: a guerra global se torna possível graças a um coração fechado. Cabe agora essencialmente a nós, mulheres, se haverá guerra ou paz em nossos países.

O poder de paz das mulheres significa dar e proteger a vida, e não a destruição da vida. O poder de paz das mulheres é um poder de agir em um mundo que está profundamente ancorado na alegria erótica, na conexão com todos os seres e na compaixão global: compaixão por todas as coisas vivas que sofrem e morrem sob as estruturas patriarcais. Compaixão com todas as mulheres que – ainda hoje, em todos os cantos da terra – são espancadas, cortadas, forçadas a casar, assassinadas por apedrejamento e estupradas. Compaixão pela situação do homem e seu medo do feminino, que o levou a esta luta.

Comprometemo-nos a seguir o caminho da nossa força feminina e de um novo amor pelos homens. Por muito tempo tentamos imitar os homens e, assim, nos reduzimos ao nível de marionetes pseudo-emancipadas da cultura masculina. Um novo movimento de mulheres começará quando entendermos essa insanidade e terminarmos com ela. Estamos firmemente comprometidas com o início de uma revolução não-violenta, que tomará uma posição para a paz global, onde quer que estejamos. Entramos na solidariedade global entre as mulheres e, desta forma, nós recuperamos nosso poder perdido… um poder que vem do amor. Damos graças a todos os homens que se recusam a servir à guerra e se comprometem a trabalhar para um mundo justo.

Estendemos as mãos aos homens: vamos trabalhar juntos para desenvolver sistemas sociais dedicados à solidariedade, compaixão e confiança. Vamos cooperar com os poderes desta terra, para que nossos filhos e netos possam viver uma vida que se adapte aos seus anseios originais e autênticos. Vamos mostrar que um mundo sem guerra e violência é possível!

Em nome da comunidade de Tamera,
Sabine Lichtenfels e Leila Dregger”

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